O HOMEM DE PEDRA
Hoje deu-me náuseas
a arte: força é cantar
os ritmos do escuro
as rosas sepulcrais
o nosso barro imóvel?
O mundo: caos e ordem.
E os nossos olhos flamam
de sonhos, no sal longínquo
dos lagos da espera.
Apagam-se as rosas
belas e verdes, na noite.
Ficamos sós embebidos
de esperanças e cinzas.
Quem estamos nós
quando estamos sozinhos?
que sol corrói nossa alma
perfumada e escura?
Prisioneiros, um dia
vestimos nossa mão de luta
de roxas desilusões
e pálidos abismos.
Prisioneiros, um dia
vestimos nossa mão
de luta, comícios de pedra.
(A máquina de Orpheu)
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