Nina |
por Rita Marize Farias Nina quando os abriu, funcionou a olhar em todos os detalhes, as roupas de Antônio postas sobre a cama, na espera do pós banho. Na sala, beijou os cabelos louros do filho cheirando à novidade Bateu a porta À porta do mundo fechou os olhos para as horas passadas Atravessou o tempo as ideias os medos soltou os cabelos entregando-os ao vento Saltou a espera De olhos bem atentos Varreu as vitrines da cidade para além das cores e dos valores Adiantou o pensamento Pensou Parou Voltou a sonhar Amassou o pensamento e o depositou delicadamente no lixo das ideias Realizou. Andando, ainda A Nina tirou a roupa, embora se mantivesse vestida. Atravessou a passagem Parou Abriu a bolsa fitou o papel cor de rosa enfeitado de carinho e abriu, além do coração, pela primeira vez no dia, o sorriso. Atravessou mais uma vez, a outra rua conferiu papel e fachada marcou o passo no elevador. Na subida, Nina ganhou cor odor liquidez insensatez, chegou a pingar, até! Abriu-se Estava lá ao fundo do corredor no lado esquerdo, como no peito, a porta. Conferiu papel e porta abriu-se ela em flor em sorrisos muitos, desde o primeiro os dedos a funcionar em cachos novamente cachos cheirando à novidade outros cachos grandes e negros misturados aos quatro braços de Nina e Luísa. Ao fundo, o reflexo de carinho no copo de vinho tinto seco. De espio, tive que fechar a porta. Coluna EnCena Poesia uma visão da cena através da palavra RITA MARIZE FARIAS atriz e produtora cultural |
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