sábado, 28 de janeiro de 2012
Fui outra noite assistir um espetáculo teatral no Hermilo e quando atravessava a Ponte Maurício de Nassau para pegar a Av. Martins de Barros, um moleque perneta, apoiado numa muleta, saltou na minha frente, pinoteando, pedindo um trocado. Fiquei impressionada com a habilidade dele, não sei de onde surgiu, mas me deu um susto e tanto.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Valdemilton Alfredo de França, o Poeta França de Olinda, foi um dos criadores mais originais, reverenciados e subversivos da poesia em Pernambuco, desde os anos 80 até os 2000.Multiartista e griot pós-moderno, publicou os livros A Cor da Exclusão e Cafuné; começou e manteve, com Sil, a editora artesanal Mão-de-Veludo, liderou o recital Eu, Poeta Errante; fundou o grupo TAO, Teatro dos Amadores de Olinda; entre tantas outras atividades culturais durante sua vida.
Ativista da emancipação dos negros de todas as cores, amigo terno e incentivador da descoberta da poesia para tanta gente, presença constante na boemia e na paisagem corpoética de Recife e Olinda.
Sua obra completa e um pouco de sua história são reunidas no livro Poeminflamado, e neste site – ponto de encontro e divulgação de sua obra, para que seus admiradores e as futuras gerações continuem a se divertir, aprender e agir com a companhia de sua arte.
POEMAS DE FRANÇA
O novo quebrou
a casca do ovo
e emudeceu o antigo
Quem deflagra uma guerra
perde o poder de
dar-lhe rumo
O meio exato é a
negação dos extremos
Ah, ah, ah, quem de mim
terá aplausos?
************
Vens tão mansa
Vens tão bela
Que fechas as portas
Atrás de ti
Vens… vem… vem…
O gato brilha
A porta geme
A tua mão me descostura
Ao sabor do vento
E agora te vejo precisamente:
Vais?
Vens ou vais?
Vem e vai!
Ou sou eu que
Não sei se sou tobogã
Ou gangorra?
Masmorra
Tronco
Calabouço
Porão do teu âmago
Me vejo tão dentro de ti
Que cacimba te mataria a sede?
Se não fosse pelo teu
Sabor acidoalcalino,
Abacateabacaxi
Eu não saberia
Se tobogã ou gangorra
Te atrairia hoje!
*******
************
Vens tão mansa
Vens tão bela
Que fechas as portas
Atrás de ti
Vens… vem… vem…
O gato brilha
A porta geme
A tua mão me descostura
Ao sabor do vento
E agora te vejo precisamente:
Vais?
Vens ou vais?
Vem e vai!
Ou sou eu que
Não sei se sou tobogã
Ou gangorra?
Masmorra
Tronco
Calabouço
Porão do teu âmago
Me vejo tão dentro de ti
Que cacimba te mataria a sede?
Se não fosse pelo teu
Sabor acidoalcalino,
Abacateabacaxi
Eu não saberia
Se tobogã ou gangorra
Te atrairia hoje!
*******
Cadê o seu cartão?
Não tem cartão?
Ponha um carimbo de LIVRE PASSE
na sua identidade
E passe e repasse sua trajetória
É lícito. Não é usual
Grite o seu pensamento
Esparrame sua dor
Multiplique o alarido
Pra que não descanse em paz
o seu opressor
************Obra do poeta França reunida em livro
Organizado por seus amigos, projeto Poeminflamado traz os versos e as declamações do olindense
Publicado em 26/01/2012, às 08h43
Diogo Guedes
Declamador poderoso, ativista poético e político e autor independente. Esse era o poeta França, falecido em 2007, um dos mais atuantes nomes do movimento de poesia marginal do Estado. Ele é o homenageado da noite desta quinta-feira (26/1), às 18h, no Centro Luís Freire, em Olinda, com o lançamento da coletânea de sua obra Poeminflamado, vendida junto a um DVD, e do sitewww.poetafranca.com. A ocasião conta com recital de Miró, Valmir Jordão e Cida Pedrosa e participação musical de Isaar, Felipe França, Tony Boy, Erasto Vasconcelos e Capoeira Angola Mãe. A entrada é gratuita.
A celebração da trajetória do poeta olindense tem sido organizada durante os últimos três anos. O livro, com 212 páginas, é fruto do trabalho de uma equipe de amigos do autor, que se dividiram nas tarefas de pesquisar os seus textos, editar a obra, reunir imagens e vídeos e criar um site para o declamador. “Antes de morrer, França estava editando um livro de inéditos, com ilustrações de Mascaro. Estávamos um pouco órfãos, de certa forma. Pensamos, então, em fazer Poeminflamado. Para o volume, pegamos esse material e acrescentamos o que ele publicou em vida, com projeto gráfico de João Lin e outros desenhos de Sil Beraldo”, conta Laine Amaral, coordenadora do projeto.
Leia a matéria completa no Jornal do Commercio desta quinta-feira (26/1).
SERVIÇOS
Lançamento de Poeminflamado, com a obra do poeta França ? hoje, às 18h, no Centro Luís Freire (Rua 27 de janeiro, 169, Carmo). Entrada gratuita. Preço do livro: R$ 25.
Entre 2000 e 2007, todas as quintas à meia-noite, um grupo de pessoas se reuniu para celebrar a vida. Promovidos por França, os recitais Eu, poeta errante marcaram época e o coração dos frequentadores. O poeta morreu, mas está vivo naqueles que por ele foram tocados. Nesta quinta, às 18h, no quintal do Centro Luiz Freire (Rua 27 de janeiro, 169 – Carmo, Olinda), sua memória será honrada com o lançamento do livro/DVD Poeminflamado, que reúne sua obra completa.
Poeminflamado tem 212 páginas com 160 poesias e dezenas de ilustrações de Mascaro e Sil. O planejamento visual é de João Lin e a capa de Sil, Lin e Pedra França, filha do poeta. Também participam do projeto o fotógrafo Mateus Sá, Juan Ramón Martinez (produção e pesquisa), Mariano Pikman (direção do doc), Jailton Ferreira (criação do site www.poetafranca.com), Rafaela Valença Gomes (pesquisa literária e edição do livro), André Telles do Rosário (coordenação da pesquisa) e Laine Amaral (coordenação geral).
O evento desta quinta será conduzido por Roger de Renor e Alice Chitunda e conta com participação de Isaar de França (que canta poemas de França para a trilha sonora), e terá música de Felipe França, Toni Boy e Erasto Vasconselos, Capoeira Angola Mãe, recital com Miró, Valmir Jordão e Cida Pedrosa. “França foi um mestre pra mim. Ele viveu a poesia e nos convidava para fazer o mesmo”, diz André Telles, que trabalhou com França no projeto Chá das Cinco.
“Conheci França na faculdade. Foi uma amizade intensa, como tudo nele. Fiquei muito impactado, desde a primeira vez que o vi declamando”, diz Mascaro, que não ilustrou poemas específicos, mas baseado no conjunto da obra. “Ele tinha uma personalidade forte, marcante. Com questões de raça, era como um fio desencapado”. De Zumbi dos Palmares a Solano Trindade, a linha evolutiva da consciência negra passa por França, que criou a peça A cor da exclusão, inspirado em Solano.
“Mais do que poeta, vejo França como educador”, diz Mateus Sá, que convidou França para participar de seu projeto Luz do Litoral. Mas como explicar isso para quem não o conheceu? “Podemos fazer a nossa parte e fazer ecoar um pouco mais uma filosofia que nos faz bem. Nada mais justo do que fazer isso com as palavras e imagens que ele deixou”.
Por André Dib, do Diario de Pernambuco
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
O Paraíso de Zahra.
A obra, que já foi lida por milhões de pessoas em mais de 125 países, finalmente chega ao Brasil.
"O paraíso de Zahra é uma trama ficcional permeada de pessoas reais e eventos com uma visão profunda do que é o Irã hoje. Construído com textos eloquentes e uma arte extraordinária, esta é uma história que narra a revolta ainda em andamento neste pequeno país assolado pelos aiatolás. Uma história de partir o coração... não só sobre tirania, perda e sofrimento, mas também da celebração da vontade de viver." - Azar Nafisi, autora de Lendo Lolita em Teerã.

Sinopse: Teerã, junho de 2009. Os iranianos marcham pelas ruas de sua capital em protesto pelas eleições presidenciais. Os manifestantes exigem a contagem de votos. Bandeiras verdes hasteadas marcam a indignação do povo. Começam os tiros. Pessoas correm para todos os lados, muitos feridos. Nesse cenário de caos, Zahra perde seu filho Mehdi, talvez para sempre. Após os protestos, os desaparecimentos e mortes de diversos iranianos - divulgados para o mundo viaTwitter e YouTube -, Zahra inicia uma busca incansável por seu filho Mehdi, de apenas 19 anos. Hassan, irmão de Mehdi, é o narrador dessa história pelo blog Zahra's Paradise. Uma busca passando por hospitais e necrotérios, implorando a burocratas corruptos, realizando visitas diárias à prisão Edin e esperando com todas as forças que sua jornada não termine no cemitério ao sul de Teerã, também chamado de Zahra's Paradise.
"O paraíso de Zahra é uma trama ficcional permeada de pessoas reais e eventos com uma visão profunda do que é o Irã hoje. Construído com textos eloquentes e uma arte extraordinária, esta é uma história que narra a revolta ainda em andamento neste pequeno país assolado pelos aiatolás. Uma história de partir o coração... não só sobre tirania, perda e sofrimento, mas também da celebração da vontade de viver." - Azar Nafisi, autora de Lendo Lolita em Teerã.

Sinopse: Teerã, junho de 2009. Os iranianos marcham pelas ruas de sua capital em protesto pelas eleições presidenciais. Os manifestantes exigem a contagem de votos. Bandeiras verdes hasteadas marcam a indignação do povo. Começam os tiros. Pessoas correm para todos os lados, muitos feridos. Nesse cenário de caos, Zahra perde seu filho Mehdi, talvez para sempre. Após os protestos, os desaparecimentos e mortes de diversos iranianos - divulgados para o mundo viaTwitter e YouTube -, Zahra inicia uma busca incansável por seu filho Mehdi, de apenas 19 anos. Hassan, irmão de Mehdi, é o narrador dessa história pelo blog Zahra's Paradise. Uma busca passando por hospitais e necrotérios, implorando a burocratas corruptos, realizando visitas diárias à prisão Edin e esperando com todas as forças que sua jornada não termine no cemitério ao sul de Teerã, também chamado de Zahra's Paradise.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Faz dias não sei de você. A última vez que te vi, me chateei, gritei com você e disse que queria voltar para casa. Não aceitei o beijo e fugi do teu abraço. Ouvi você do outro lado da linha, me desejando um ano novo bem gostoso. Seja com você ou não, gostaria de ter um ano irado. Hoje, vi duas ligações perdidas no celular e uma nova foto no perfil do msn. Quer dizer que está com saudade? Não guardou o que eu disse, aliás, você só escuta o que lhe é conveniente. Acho que não tenho sido muito convincente.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Museu Guggenheim Digitaliza Livros Fora de Catálogo e Oferece Gratuitamente

O famoso Museu Guggenheim, com sede em Nova Iorque, anunciou a disponibilização de seus livros fora de catálogo no formato digital, gratuitos. A digitalização foi feita em parceria com o The Internet Archive, biblioteca digital sem fins lucrativos que tem como missão, desde 1996, o “acesso universal a todo o conhecimento”, oferecendo armazenamento permanente e acesso a coleções de sites, músicas, vídeos, e quase 3 milhões de livros de domínio público.
É possível ler os livros no próprio site, online, ou então baixá-los com uma qualidade menor para o seu computador. O uso é livre, mas não comercial. Uma brilhante iniciativa que só poderia vir de um grande museu como esse. Ninguém pode reclamar que não há o que ler sem gastar dinheiro!
Acesse o arquivo nesse link.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Poemas de Flávio Magalhães (1962 Sertânia/PE)
Conheci o poeta Flávio quando fazia zine. Agora tive a grata surpresa de encontrá-lo no portal Interpoética:
Nascimento de Narciso Quando nasci Mil mulheres nuas Em forma de Lua Amamentavam-me Para eu não chorar. Nuvens negras Mataram o dia Enquanto a noite Dilacerava meu fígado... (Somente o lago tem alma...) Mil calidoscópios Decifram, embelezam-me O Infinito tem gosto de Laranja azeda... Epígrafe Naquele momento pensei Morrer seria o melhor Remédio,só assim Poderia te seguir Para sempre... Cena Telegrafo delírios Preciso de utopias Varanda do impossível Retrata o real amargo Extermino a dor Da partida Girafas andam de patins Decolo imagens Para o verso final... |
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Estou meio impaciente pra ficar em casa o tempo todo. Hoje, iria me encontrar com umas amigas no shopping para um happy hour de luluzinhas, mas foi adiado para a próxima semana. Sábado já marquei com Sol, vamos nos encontrar no Mercado da Madalena, jogar conversa fora e se divertir. Imagino ir pr'algum lugar onde possa balançar na rede, fazer sudoku, cruzadas, ler um bom livro... Ao mesmo tempo, estou com preguiça de arrumar a mala, procurar um destino e aproveitar o tempo livre, não necessariamente nessa ordem.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Eu faria qualquer coisa pra morrer nos fins de semana. Só pra não ter que passar pelo sacrifício de ter que colocar um salto e fingir que tô feliz. Ou é morrer ou é sair. Nem sempre ficar em casa é coisa de gente que sofre. E eu tô infeliz, mas prefiro colocar meu salto e fingir felicidade. Então, enquanto eu não conseguir morrer no fim de semana, eu e meu salto iremos pro sacrifício. Ele finge que é confortável. E eu finjo que não preferia estar dormindo.
domingo, 1 de janeiro de 2012
FELIZ 2012!!!!!!
Fui fazer a virada do ano na areia de Boa Viagem, junto com a minha amiga Diana. Não queria ir, não queria fingir uma euforia que não estava sentindo e acho que deveria ter seguido a minha intuição, porque foi mala! Já começo o ano indignada com a PCR, com o desgoverno, com a falta de sintonia com os reais interesse/desejos da população
A prefeitura esquece que na cidade AINDA existe vida DA cidade. Por que tudo quem ser um espetáculo para turista ver? É uma afronta à nossa pernambucanidade, uma coisa tão burguesa, tão da costa, tão insultante, revoltante, pra dizer o mínimo... Os shows foram anunciados por artista global patrocinado pelo Magazine Luíza; a vocalista da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério esqueceu a letra de frevo, além de não ter apresentado o que sabe fazer de melhor; filas quilométricas para pouco banheiro; preço de água e alimentos caríssimos; show pirotécnico na areia bem próximo ao palco (chegou a queimar pessoas), que estava armado no Pina e não exatamente em Boa Viagem (no lugar de sempre) como estava sendo divulgado.
Deixe seu carro em casa, a CTTU vai disponibilizar frota suficiente p/ transportar a galera...o táxi vai parar ao menor sinal... Foi a dica dada.
O que aconteceu? Passamos horas no ponto, saímos da Cons. Aguiar que estava lotada e fomos pra Domingos Ferreira, que não estava diferente, mudamos de parada, pessoas se largaram na frente de ônibus, os táxis não paravam, mesmo vazios. Nada funcionava... Impossível!
Gente, estamos perdendo a identidade assim... tudo é para turista ver. Será que turista fica satisfeito com isso? É tudo mentira!
A prefeitura esquece que na cidade AINDA existe vida DA cidade. Por que tudo quem ser um espetáculo para turista ver? É uma afronta à nossa pernambucanidade, uma coisa tão burguesa, tão da costa, tão insultante, revoltante, pra dizer o mínimo... Os shows foram anunciados por artista global patrocinado pelo Magazine Luíza; a vocalista da Orquestra Popular da Bomba do Hemetério esqueceu a letra de frevo, além de não ter apresentado o que sabe fazer de melhor; filas quilométricas para pouco banheiro; preço de água e alimentos caríssimos; show pirotécnico na areia bem próximo ao palco (chegou a queimar pessoas), que estava armado no Pina e não exatamente em Boa Viagem (no lugar de sempre) como estava sendo divulgado.
Deixe seu carro em casa, a CTTU vai disponibilizar frota suficiente p/ transportar a galera...o táxi vai parar ao menor sinal... Foi a dica dada.
O que aconteceu? Passamos horas no ponto, saímos da Cons. Aguiar que estava lotada e fomos pra Domingos Ferreira, que não estava diferente, mudamos de parada, pessoas se largaram na frente de ônibus, os táxis não paravam, mesmo vazios. Nada funcionava... Impossível!
Gente, estamos perdendo a identidade assim... tudo é para turista ver. Será que turista fica satisfeito com isso? É tudo mentira!
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