terça-feira, 27 de setembro de 2011

BIENAL 2011

Desde a abertura da Bienal, dia 23/09, tenho me recusado a visitá-la em protesto quanto a cobrança de bilheteria pela primeira vez - inteira R$ 4 e meia R$ 2, o que contraria totalmente a ideia de que a Bienal ocorra sem fins lucrativos. Já fui preparada para soltar toda minha indignação, mas não precisou. Havia uma pessoa na entrada informando aos professores que se dirigissem à bilheteria para se cadastrar e entrar gratuitamente, com uma "coleira" vermelha no braço. Fiquei refletindo para que vão utilizar o dinheiro das pessoas, se receberam incentivo/patrocínio de empresas públicas estatais e federais? Se a estrutura continua péssima? Há lixo por todo lado, o calor é insuportável, não tem sinalização/identificação dos stands - fiquei rodando em círculo a tarde toda - não tem uma programação oficial, apenas um locutor informando pelo microfone os eventos e os locais, o piso é desigual, as atividades nem sempre acontecem nos horários previstos, há tentativas de toda ordem para chamar a atenção dos clientes como vestir-se de palhaço, números de mágica e malabarismos, muito barulho e muita distração principalmente para os pequenos. A praça de alimentação está na parte externa, mas é possível encontrar dentro, espaços com guloseimas, cachaça, licor e outros objetos (calçados, roupas, bolsas, enfim...).
Na verdade, a minha ida hoje foi para prestigiar a apresentação do trabalho da minha amiga Solange e da profª Esther Calland - Ler e escrever na Educação Infantil: aproximando a escola da família através da circulação de livros, no Espaço Círculo das Ideias, às 13h, seguida de autógrafo. Confundi os horários e só cheguei no final, quando todo mundo já estava lá fora. Fiz a mea culpa na editora com direito a fotos, autógrafos e felicitações, tardias, mas estive presente da melhor forma.
Acho que deixei de visitar muitos espaços, voltei muito fatigada, com uma sensação de estranheza. Preciso retornar para melhorar esse sentimento e quem sabe apreciar melhor.

sábado, 24 de setembro de 2011

O roteiro de hoje, intitulado "Murais e esculturas de Abelardo da Hora nos parques e praças do Recife" foi memorável. Visitamos seu ateliê  na Rua do Sossego e várias obras espalhadas pela cidade.

"Faço a minha arte respondendo a uma necessidade vital. Como quem ama ou sofre, se alegra ou se revolta, aprova ou denuncia e verbera.[...]Reflexo da convivência social e fixação de elementos sedimentados pela cultura da humanidade no seu itinerário histórico-social. Tenho compromissos fundamentais com a cultura brasileira e com o povo da minha terra.
A minha arte é feita dos meus sentimentos e de meus pensamentos: nunca os separo. A marca mais forte do meu trabalho tem sido entretanto o sofrimento e a solidariedade. A tônica, é o amor: o amor pela vida, que se manifesta também pela repulsa violenta contra a fome e a miséria, contra todos os tipos de brutalidades, contra a opressão e a exploração. Arte pela vida em favor da vida. Às vezes grito violentamente nos ouvidos dos brutos e dos antropoides monstruosos que forjam as guerras e as discriminações. Mas às vezes canto: as vitórias da minha gente, o amor da minha gente, as belezas da vida.
Não faço arte para os colegas verem nem para os críticos. Faço arte para mim e para a minha gente. Acho que o grande apelo atual da humanidade é a paz, o entendimento, a solidariedade e o amor enfim. Pretendo que a minha arte seja mais uma voz a reforçar esse apelo."













quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Você merece um tango



Você mulher, você merece um tango,
Por este modo louco de viver,
Você mulher, você merece um tango,
De tanto que você me faz sofrer.
Eu bem queria lhe compor uma balada,
Eu bem queria lhe escrever uma canção,
Mas de ternura, já minh'alma não tem nada,
Só tem mágoas a roer meu coração,.
Se tudo fosse, sempre bom sempre bonito,
Como eu achava que o amor devia ser,
Eu lhe faria uma oração, quase divina,
E não o tango que eu acabo de fazer.
Você mulher, você merece um tango,
Por este modo louco de viver,
Você mulher, você merece um tango,
De tanto que você me faz sofrer.
Eu bem queria lhe compor uma balada,
Eu bem queria lhe escrever uma canção,
Mas de ternura, já minh'alma não tem nada,
Só tem mágoas a roer meu coração,.
Se tudo fosse, sempre bom sempre bonito,
Como eu achava que o amor devia ser,
Eu lhe faria uma oração, quase divina,
E não o tango que eu acabo de fazer....

domingo, 18 de setembro de 2011

ESSE TAL CHORINHO

Recebi a notícia da morte da minha madrinha de crisma , que vinha lutando como uma verdadeira guerreira contra um câncer de mama. Virou estrela, sua alma voou direto para o céu. Entre tantas opções para hoje - 10ª Parada da Diversidade, Circo da China, I Encontro do Choro de Pernambuco, cinema ou ficar em casa lendo jornais, resolvi optar pelo choro.
Quase não foi divulgado pela mídia, mas o boca a boca venceu. O Teatro Santa Isabel estava lotado com gente de todas as idades, principalmente a velha guarda para ver, ouvir,conhecer e se emocionar com a nata do choro pernambucano reunida para comemorar o primeiro ano de atividade do programa "Esse tal Chorinho". Imagine só ouvir José Arimatéa, Beto do Bandolim, Kaká Malaquias,Marco Cesar, Henrique Annes, Danda do Sax e seu Regional, Bozó, Nuca e Vinícius Sarmento, Sonnia Aguiar, Choro Brasil, Arabiando, Bohemios do Capibaribe, Quinteto de Prata, Chorinho do Nosso Quintal, Só Brasil, Música Brasil, Orquestra Pernambucana de Choro, Galho Seco, Brasil Sonoro, Choro Miúdo, Pedacinho do Céu, Novos Rumos, Conjunto Pernambucano de Choro, Choramingado, Lágrimas do Choro e Bloco Lírico O Bonde.
Pernambuco é um dos principais polos brasileiros do gênero, ao lado do berço Rio de Janeiro e de Brasilia. Para saber mais acesse o blog Choroteria Recife: www.choroteriarecife.blogspot.com

sábado, 17 de setembro de 2011

O LIVRO


Um estado de espírito
Um lugar onde se escondem
mistérios, emoções, sentimentos
Encurta distâncias
Atravessa fronteiras
Aproxima culturas, povos, corações
Diferentes modos de ser e de sentir.

Ainda que fale línguas diversas
ainda que não fale
Ainda que a palavra
seja reduzida a pó
Ainda que a tecnologia o oculte
O livro é absoluto.

Companhia da solidão
Alimento da alma
espaço infinito onde se movem sensações
A quem serve?
Há quem o utilize em um
estado de abandono espiritual
Apenas para ornamentar a estante

É pulsão, é arrebatamento,
É Tebas e Ofélia
É você, sou eu, nós
É uma relação recíproca
de conhecimento... ou não
Realidade e fantasia
Paixão e morte
Céu e inferno
Onde encontrar respostas?

O livro da minha vida
É sincero, límpido
Está comigo e o sinto
Está fechado
Pulsa
Escorrego
Alinho.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

visitem: http://www.bienalpernambuco.com/



A VIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco trará vários escritores brasileiros e estrangeiros para participar do evento. Entre os autores estrangeiros, quatro deles estão vindo à Bienal através de parceria com o Instituto Cervantes – Recife: Flavia Company, Germán Gullón e Bernardo Gutiérrez.

domingo, 11 de setembro de 2011


Breve retrato  da geração mimeográfo que teve Chacal como um dos seus poetas mais representativos:

Primeiro eu quero falar de amor

meu amor se esparrama na grama
meu amor se esparrama na cama
meu amor se espreguiça
meu amor deita e rola no planeta




BERMUDA LARGA


MUITOS LUTAM POR UMA CAUSA JUSTA

EU PREFIRO UMA BERMUDA LARGA

SÓ QUERO O QUE NÃO ME ENCHA O SACO

LUTO PELAS PEDRAS FORA DO SAPATO


POETA


O HOMEM NÃO PODE SER POETA.
MAS É.
É PRECISO TER A ARROGÂNCIA
E A HUMILDADE NECESSÁRIA
PARA SER.



PAPAGAIO


ESTRANHO PODER O DO POETA,
ESCOLHE ENTRE QUASE E CAIS
QUAIS PALAVRAS LHE CONVÊM.
DEPOIS AS EMPILHA PAPAGAIO
E AS SOLTA NO CÉU DO PAPEL.



PAPO DE ÍNDIO


VEIU UNS ÔMI DE SAIA PRETA

CHEIU DI CAXINHA E PÓ BRANCO

QUI ELES DISSERUM QUI CHAMAVA AÇUCRÍ.

AÍ ELES FALARUM E NÓS FECHAMU A CARA.

DEPOIS ELES ARREPETIRUM E NÓS FECHAMU O CORPO.

AÍ ELES INSISTIRUM E NÓS COMEMU ELES.



ROSA VERMELHA - primeira poesia premiada

A rosa se faz
bonita
se banha no orvalho
delira na alquimia do vento
para timidamente
despir-se aos olhos
da lua
que ja nua
apenas espera
e se desespera
e se exalta cheia de sonhos.

Lúcia Helena Zorzenon (Araras-SP)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Estou tentando resgatar a memória de poetas com os quais convivi.
Encontrei uns vídeos do Fred Caminha, quem quiser conhecer acesse
o link abaixo.

http://youtu.be/UdCy8IndFrM

domingo, 4 de setembro de 2011

Eu não sou nem um pouco santa. Já julguei sem conhecer. Já olhei para aparência. Já me importei com as roupas, já fiz comentários maldosos. E eu quero que atire a primeira pedra quem é que nunca fez isso. Porque definitivamente estou cansada dessas pessoas hipócritas que falam mal dos “padrões da sociedade” quando na real os seguem rigorosamente.






Tem dias que não há ombro de amigo que me console, não há palavras de conforto que me acalme. Tem dias que eu só quero estar sozinha, no meu canto. Refletir sobre a minha vida e me torturar com os meus pensamentos… Mesmo que eu reclame da solidão, às vezes ela é a única coisa que me mantém longe de mais problemas. (copodeleite


sábado, 3 de setembro de 2011


Desordem
por Samarone Lima

Aqui, na minha desordem
eu fico.

Entrelaço as pernas neste rumo
que as veias deram.

Tracei planos demais,
combati entorpecido
risquei tanto os mapas
que as ruas ficaram escuras
as casas cegas.

Já não há santidade, nem tesouro
nem pedras esquecidas
para colar às lembranças.

Respiro em voz baixa
na esteira de algo submerso
que não sei o nome.

Como o pó intacto sob as águas
como o ruído da manhã
que não sabe de si.

Mas lembro meu nome
plantado na boca de minha mãe
naquela noite.

Ali, eu haveria de ser
de estender um legado,
a febre do combatente novo.

Aqui, na minha desordem,
eu fico.

Ficar, esta forma de seguir
despojando os grãos.


Aurora, 27/07/2011

Do livro A praça azul & Tempo de vidro, a ser publicado em breve pela Editora Paés.