sábado, 29 de janeiro de 2011

TRIUNFO - OÁSIS DO SERTÃO

O nome de Triunfo originou-se de uma luta ocorrida entre a poderosa família dos Campos Velhos, da cidade de Flores, e os habitantes da povoação da Baixa Verde, os quais, querendo ver o progresso da localidade, começaram com a criação de uma feira, com o que os Campos velhos não ficaram satisfeitos, procurando acabá-la por diversas vezes, até mesmo com prejuízo de vidas, mas não conseguiram. Tal fato fez com que os habitantes da Baixa Verde tratassem de sua independência, a fim de se libertar dos Campos Velhos, o que ocorreu em 02 de junho de 1870, criando a freguesia de Nossa Senhora das Dores, elevando a povoação de Baixa Verde à categoria de vila, com a denominação de Triumpho.
Sua emancipação política deu-se em 13 de junho de 1884, através da Lei Provincial nº 1.805.

TURISMO RELIGIOSO

Cruzeiro

O Cruzeiro do século teve a sua inauguração prevista para 08/12/1936, dia dedicado a Nossa Senhora da Conceição, porém não foi possível realizá-la nessa data. Às 11h do dia 07/01/1937, a cruz foi conduzida da Praça Manoel Borba para o seu monumento e no dia 10 de janeiro foi realizada a inauguração.
O Cruzeiro é o ponto final da Via Sacra que começa do patamar da Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores passando por pequenos nichos de pedra representado as estações da Via Sacra até seu ponto final onde é realizada uma missa de ação de graças ao ar livre.

Cristo Redentor
O Cristo Redentor da cidade de Triunfo se encontra no Alto da Boa Vista com seus braços abertos para a cidade, como se fosse um gesto de proteção para todos os moradores e visitantes que estão presentes em Triunfo, o local da uma propícia visão da cidade.
A escultora é uma obra do artista plástico triunfense João Gonçalves Lima conhecido como João de Agamenon, foi uma doação do casal Benedito Lobo Siqueira e Maria José Rodrigues para população de Triunfo. A estátua mede 7,6 metros de altura e teve sua inaugurada no dia 01 de Junho de 2002.

Pe. Ibiapina
O Arruado Padre Ibiapina tem esse nome em homenagem a esse missionário, que andava pelo Sertão fundando casas de caridade, a compaixão do Padre Mestre foi dirigida para a situação trágica das mulheres desamparadas, dizem os estudiosos que isso se dava porque ele mesmo ficou órfão e viu o desamparo das suas irmãzinhas órfãs. Em Triunfo não foi diferente fundou a casa de caridade Pe. Ibiapina situada neste arruado da cidade, ali as meninas receberiam uma educação completa e seriam preparadas para ser boas esposas e mães de família. Seriam educadas para uma vida ativa.
A educação da Casa de Caridade era tão boa, que muitas famílias pediram para que as suas filhas pudessem também participar da formação. Dessa maneira, as escolas para órfãs foram também institutos de educação para meninas. Naquele tempo não havia nenhuma escola para moças no Nordeste inteiro salvo no Recife e em Fortaleza. Também havia a "roda dos enjeitados" pela qual se recebiam as crianças cujas mães não tinham condições para educá-las. Naquele tempo era freqüente as mães abandonarem crianças recém-nascidas nas esquinas das ruas ou no campo.
Junto ao orfanato existe uma Capela para as orações diárias das jovens órfãs é as religiosas que lá viviam.
Hoje estas casas pertencem à paróquia e estão disponíveis para aluguel.

Igreja do Rosário, primeira igreja construída na cidade.


Matriz
A Igreja Matriz da cidade antigamente era uma capela toda em taipa feita para abrigar a imagem de Nossa Senhora das Dores trazida pelos fundadores da cidade. Em 1874 iniciaram-se reparos e uma com a construção da nova Igreja Matriz da cidade dedicada a Nossa Senhora das Dores que passou a ser a padroeira da cidade.
Com essa reforma foi feito uma escadaria com mais de 50 degraus que dão acesso ao interior da Igreja uma das mais belas do país, com uma torre que fica em cima da porta principal de acesso onde possui o sino da Igreja, entre a entrada e a torre se encontra o coro esculpido em madeira.
Com detalhes em gesso e prata bem trabalhada, a Igreja foi construída com tijolos de barro e uma mistura de cal, areia e um óleo de baleia que era importado exclusivamente para a construção da Igreja. O interior é divido em três partes divididas por colunas trabalhadas e pintadas em dourado, às laterais alem dos bancos de madeira para acomodar os fieis possui imagens sacras a mais visita é a imagem em gesso com tamanho real de Jesus Cristo sepultado, a imagem fica dentro de uma cúpula de vidro para conserva a imagem, alem de suas belos vitrais com imagens sacras.


TURISMO URBANO:

Museu do Cangaço

O prédio erguido em 1893 onde funcionava a “Escola Reunida Barbosa Lima”, está localizado na Praça Monsenhor Elizeu Diniz, onde hoje funciona o Museu do Cangaço de Triunfo e a sede da Secretaria de Turismo, Cultura e Desportos.
O Museu possui um acervo de mais de 500 peças e uma pequena biblioteca com mais de 40 livros.
As peças, foram na sua maioria doadas e uma parte foi comprada em andanças por este sertão afora, aos lugares frequentados e habitados por Lampião e seus cangaceiros.













Lago João Barbosa Sitonio
Cartão postal de Triunfo, com pedalinhos e passeio de teleférico.

Cineteatro Guarany
Na margem do Lago, encontra-se o Cineteatro Guarany, inaugurado em 1922 e a Praça Carolino Campos.



TURISMO ECOLÓGICO

Pico do Papagaio

O Pico do Papagaio está localizado a 9 km da cidade, é o ponto mais alto do estado de Pernambuco com seus 1260 metros acima do nível do mar.
Encontra-se no alto da serra em meio a uma vegetação típica com cactos, plantas rasteiras e muita incidência de pedras e lajeiros, inclusive uma de formato arredondado sustentada apenas por uma fissura no lajeiro que fica no alto da serra sendo ali o cume, se tornando um observatório natural onde de lá propicia uma belíssima vista do vale do Pajeú, é possível ver seis cidades: Triunfo - PE, Princesa Isabel - PB, São José de Princesa - PB, Afogados da Ingazeira - PE, Flores - PE e Carnaíba - PE.
Um local perfeito para respirar o ar puro do interior e a prática do ecoturismo, local muito procurado pelas excursões das Universidades da região para estudos geográficos e arqueólogos.


Poço Dantas

Escondido entre as trilhas naturais não muito distante do centro da cidade, entre uma paisagem verde o Poço Dantas é formado por alguns riachos e umas pequenas quedas d'água que criam uma espécie de lago propiciando uma parada para um banho nas águas límpidas do local.
Um lugar agradável para passeios e a pratica de esporte ao ar livre o local é uma espécie de mensageiro da bela criação da natureza.

Engenho São Pedro
Localizado a 500m do centro, produz a rapadura orgânica e a cachaça orgânica Triumpho, além do alfinim, batidas e outras variações da rapadura (coco, amendoim, laranja, leite)


Cachoeira dos Pingas
A Cachoeira dos Pingas está localizada a aproximadamente a 4,5 Km da cidade, um ambiente propício ao banho, prática de esportes radicais com rapel, escalada e com trilhas ecológicas que podem ser aproveitadas para atividades de cavalgada, caminhada e passeios ciclísticos.
A Cachoeira dos Pingas possui uma beleza exuberante com seis quedas d’água, sendo a maior em um véu de aproximadamente 60m de altura, que através de uma escadaria, pode-se apreciar uma beleza natural e encantadora realçada pelo contorno da vegetação nativa de uma belíssima vista propiciada pela beleza incomum de um verdadeiro Oásis do Sertão, já a primeira queda transforma-se numa piscina natural para um agradável banho nas águas naturais e cristalinas de Triunfo.
A Cachoeira possui esse nome por causa da estiagem que acontece na região, época em que se permanece apenas com pingos


Cacimba de João Neco

A Cacimba de João Neco localizado no sítio Lajes a 5 km da cidade trata-se de um poço vertical com aproximadamente 25 metros de profundidade, com um túnel com medidas aproximadas de largura de 1,20m, altura de 2,5m e com extensão de 30m.
Escavado sozinho pelo proprietário do terreno chamado João Neco o qual foi concedido a homenagem póstuma de nomear o local.
João na tentativa de amenizar os moradores da comunidade do efeito da seca no ano de 1932 e percebendo a dificuldade com a qual seria para os idosos e para as crianças retirarem a água do poço, ele escavou um túnel com escadaria perpendicular ao poço, este túnel chega até a nascente do poço facilitando a retirada e a locomoção dos moradores.
Com uma arquitetura artesanal de homem simples, mas uma obra de um grande engenheiro, na entrada foi feito um arco com pedras brutas, um trabalho bem arrojado para a época da sua construção.


Furna da Laje
Localizada na estrada de Santo Antônio das Lajes,a uma distância de 7,5km do centro de Triunfo,a Furna da Laje uma das mais belas edificações da natureza, uma rocha com aproximadamente 3m quadrados com uma passagem estreita com cerca de 2m de extensão por 3m que leva o turista direto ao local interno com aproximadamente 30m, com uma altura central de 2m e uma extensão de 10m.
A Furna é formada pela superposição de blocos rochosos com uma nascente que abastece a população local, encontra-se em bom estado de preservação, limpeza e segurança. Um lindo presente doado aos nossos olhos que esta rodeada pela vegetação típica da região.
"No ano de 1654, os holandeses foram expulsos do Recife e muitas familias buscaram refúgio em Triunfo. Segundo os moradores mais antigos, dezenas deles chegaram em caravanas tangendo bois e cabras e se instalaram nas cavernas localizadas em um dos pontos mais altos do município, conhecido como Furna de Lages, de propriedade da família de Seu Zome".
Fonte: Diário de Pernambuco, Vida Urbana, C8, de 4/7/1999.


Orthophytum Triunfenses, faz parte da lista de plantas em extinção.


MAPA DA CIDADE/PONTOS TURÍSTICOS






INFORMAÇÕES GERAIS:

Área territorial: 191,52 Km²
População: 14.794 habitantes, divididos entre a zona rural e urbana
Temperatura média anual: 18,4 °C, oscilando entre 5°C (inverno) e 28°C (verão)
Altitude: 1.004m na sede e 1.260m no Pico do Papagaio
Localização geográfica: Planalto da Borborema



ONDE FICAR
Centro de Turismo e Lazer SESC
(87) 3846-2800
Pousada Baixa Verde
(87)3846-1103
Lar Santa Elizabeth
(87) 3846-1236
Otellin Triunph
(87) 3846-1244
Pousada Alpes
(87)3846-1371
Pousada Calugi
(87)3846-1183
Pousada Bom Jesus
(87)3846-1143
Pousada Panorâmica
(87)3846-1790
Pousada Opção
(87)3846-1673
Pousada Palhoção
(87)3846-1303
Café do Brejo
(87)3846-1103
Pousada São Luiz
(87)3846-1847
Pousada São Paulo
(87)3846-1582
Pousada Stella Maris
(87)3846-1705
Pousada dos jatobás
(87)3846-1111
Encontro das Águas
(87)3846-1312

Culinária Típica:
Doces de laranja, leite, goiaba, caju e Côco
sorvete de rapadura, geléia e o mousse com licor de cana-de-açúcar
Mungunzá salgado
Sequilhos e Garras
Derivados da cana de açúcar
Licores (rosa ou jabuticaba, entre outros)
Guandu e Arrubacão
Nicolau
Bode assado
Angu Salgado (Polenta)
Arroz Vermelho
Galinha de Capoeira
Feijão Verde
Cachaça Ecológica Triumpho
Culinária Caprina e Ovina
Tapioca e beiju
Arroz Vermelho
Sarapatel
Buchada de Bode
bode assado, linguiça de bode
pernil de cabrito recheado ao molho de caju
Pirão
Andu com Arroz Vermelho
Carne de Sol com Macaxeira

ONDE COMER
Beto's bar e Restaurante
Fone: (87) 3846-1413

Bar Asa Branca
Pça. Carolino Campos

Café do Brejo
Fone: (87) 3846-1623/1621

Lanchonete Paladar
Fone (87) 3846 - 1847

Lanchonete Pão de Queijo
Fone: (87) 3846-1900

Mok's Bar
Fone: (87) 3846-1510

O Rei do Caldo Bar e Restaurante
Fone: (87) 3846-1510

Palhoção Triunfo
Fone: (87) 3846-1303

Posada Baixa Verde (restaurante)
Fone: (87) 3846-1786

Pizzaria Buona Pizza
Fone: (87) 3846-1786


Comentários
:
É uma cidade com personalidade cultural, de povo acolhedor e hospitaleiro, clima aconchegante e belezas naturais, tem na figura folclórica do Careta, com seus trajes coloridos, seu pricipal representante.A sua arquitetura é influenciada por diferentes estilos: alemães, holandeses, italianos, ingleses, americanos, franceses e portugueses.Triunfo parece que foi cuidadosamente planejada para lembrar países europeus, para que o visitante se sinta realmente numa bucólica cidadezinha dos Países Baixos.
O turismo está se iniciando.Porém, o poder público junto com os proprietários dos locais de visitação, precisam entrar em acordo quanto a estrutura física e organização. Na maioria das vezes, não se encontra banheiros e quando há, não são adequados, o acesso para algumas localidades é precário.

Há ótimos guias:
André Gonçalves
Fone: (87) 8812-1713
andreguerreiros@yahoo.com.br

Junior
Fone: (87) 8807-5139
junior.hr@hotmail.com

Euclides Neto

Seu Barruada
Fone: (87)9991-1873/(87)8852-8272

Pesquisa:
Secretaria de Turismo, Cultura e Desportos- SETUR
www.triunfo.pe.gov.br

domingo, 23 de janeiro de 2011

La película inacabada de Orson Welles

Por: Álvaro P. Ruiz de Elvira

John Huston, Orson Welles y Peter Bogdanovich




Hay genios que no son considerados como tal hasta que mueren. Incluso hasta mucho después. Orson Welles (1915-1985) es uno de ellos. Admirado en sus inicios, cuando era un veinteañero, con su versión radiofónica de La Guerra de los Mundos y Ciudadano Kane (1941), acabó exiliándose, profesionalmente hablando, en Europa para llevar a cabo sus proyectos. Siempre tuvo dificultades a la hora de llevar a cabo sus producciones: por dinero, falta de tiempo, cambios en los guiones… Las dificultades que tuvo en 1972 con La otra cara del viento, una película inacabada que finalmente saldrá a la luz, según cuenta hoy The Guardian en su página web.

La otra cara del viento cuenta la historia de un veterano director de cine, como lo era el propio Welles y como lo era el protagonista de la cinta, John Huston. Según The Guardian, Welles dijo en su día a Huston: “La película es sobre un director cabrón… pagado de sí mismo, que atrapa a gente, les da forma y los destroza. Es sobre nosotros, John”.

A finales de los años 60 Welles escribió el guión, pero el rodaje no comenzó hasta 1969. En 1972, tras varios parones, concluyó el rodaje y comenzó una postproducción que nunca acabó. Peter Bogdanovich (parte del rodaje si hizo en su casa de Hollywood), Dennis Hopper y Oja Kodar participaron en la película. Todo el material, incluyendo media hora ya montada por el propio Welles, ha permanecido guardada en una caja fuerte. Danny Huston, hijo del cineasta, y también director de cine, señaló al diario The Times hace unos años que vio la película, y que le pareció "absolutamente fascinante".

Pero durante los últimos 40 años los problemas de derechos de la película han hecho que se haya quedado guardada en el cajón. Según un abogado de Los Angeles que lleva el caso, parece que finalmente hay un acuerdo sobre los derechos de autor entre la mujer de uno de los productores de la película, la actriz croata Oja Kodar (entonces pareja de Welles) y la hija de éste, Beatrice, heredera de su legado.

Podría ser el propio Bogdanovich el encargado de continuar con el proyecto hasta su estreno.Welles le confió las anotaciones del guión que tenía en mente y las ideas que tenía para el montaje. Para el productor español Andrés Vicente Gómez, que trabajó con Welles en varias de sus películas, incluida La otra cara del viento, terminar esta película sería “un acto de traición”. “Era una película muy cercana a él. Pero su estado físico era delicado. No tenía la energía para montarla…”.


- TRADUÇÃO:
Há gênios que não são considerados como tal até que eles morram. Mesmo muito tempo depois. Orson Welles (1915-1985) é um deles. Admirada no começo, quando ele estava na casa dos vinte anos, com sua versão de rádio de A Guerra dos Mundos e do Cidadão Kane (1941), acabou no exílio, profissionalmente falando, na Europa, para realizar seus projetos. Sempre tive dificuldades em realizar as suas produções: em vez de dinheiro, falta de tempo, as alterações nos scripts ... As dificuldades sentidas em 1972 com o outro lado do vento, um filme inacabado que, finalmente, vir à luz, diz ela O Guardian de hoje em seu site.

O outro lado do Vento narra a história de um cineasta veterano, como era próprio Welles como ele era a estrela do filme, John Huston. Segundo o The Guardian, Welles disse uma vez Huston, "O filme é sobre um diretor canalha ... presunçoso, prendendo pessoas, formas-los e destruí-los. Trata-se de nós, John. "

No final dos anos 60 Welles escreveu o roteiro, mas o disparo não teve início até 1969. Em 1972, após várias paralisações, concluiu as filmagens e começou um post que não acaba nunca. Peter Bogdanovich (parte das filmagens se ele fez em sua casa em Hollywood), Dennis Hopper e Oja Kodar participaram do filme. Todo o material, incluindo uma meia hora e montado pelo próprio Welles, foi mantido em um cofre. Danny Huston, filho do cineasta e diretor de cinema, disse ao The Times há alguns anos atrás vi o filme, e ela considerou "absolutamente fascinante ".

Mas durante os últimos 40 anos os problemas de direitos do filme foram feitas foi mantido na gaveta. De acordo com um advogado de Los Angeles a tratar do caso, parece que finalmente há um acordo sobre direitos autorais entre a esposa de um dos produtores do filme, croata atriz Oja Kodar (Welles, então namorada) e sua filha , herdeira Beatrice, de seu legado.

Bogdanovich ele mesmo poderia ser responsável por dar continuidade ao projeto até estreno.Welles confiada anotações do roteiro que eu tinha em mente e as idéias que tinha de ser montado. Para o produtor espanhol Andrés Vicente Gómez, que trabalhava com Welles em vários filmes, incluindo O outro lado do vento, terminar esse filme seria "um ato de traição." "Foi um filme muito perto dele. Mas a sua condição física estava bem. Eu não tinha energia para montar ...".

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domingo, 16 de janeiro de 2011

CARLOS PENA FILHO| 50 ANOS DE MEMÓRIA

Ontem passei no Santander Cultural para ver o show de Francis Hime e aproveitei, enquanto esperava, pra ver a Mostra em homenagem ao poeta, que encerra-se hoje. Carlos Pena Filho foi um dos maiores poetas que Pernambuco já teve, infelizmente com uma vida muito curta e tão tragicamente desaparecida aos 30 anos. Suas poesias são repletas de musicalidade e com forte apelo visual, fazem referência ao movimento, à luz e às cores - em especial ao AZUL-, característica que o tornou conhecido como o Poeta do Azul. A Mostra divide-se em dois módulos: o primeiro destaca a história e a sua obra através de fotos, objetos e textos que revelam sua formação acadêmica, vida social, relações pessoais e morte prematura. No espaço audiovisual,podemos apreciar sonetos musicados, interagir de forma lúdica com os textos e a cenografia, além de assistir a documentários. No segundo módulo, vinte artistas convidados, entre fotógrafos, pintores e escultores, desenvolveram obras originais inspiradas nos sonetos do poeta.

A SOLIDÃO E SUA PORTA

Quando nada mais resistir que valha
A pena de viver e a dor de amar.
E quando nada mais interessar,
(nem o torpor do sono que se espalha).

Quando, pelo desuso da navalha,
A barba livremente caminhar
E até Deus em silêncio se afastar,
Deixando-te sozinho na batalha,

A arquitetar na sombra a despedida
Do mundo que te foi contraditório,
Lembra-te que, afinal, te resta a vida

Com tudo o que é insolvente e provisório,
E de que ainda tens uma saída:
Entrar no acaso e amar o transitório.


PENA FILHO, Carlos. Livro Geral - Poemas. Recife: Ed. Liceu, 1999.

sábado, 15 de janeiro de 2011

POUSADA SONO BOM

A minha estada em Bonito foi intensa. Descansei,passeei pelo centro, circulei pelas alturas na garupa de um mototaxista, que me conduziu cinco quilômetros acima só de ladeira rumo às belissimas cachoeiras, sentindo a pureza do ar, o sol queimando a pele e se diluindo nas nuvens.











Para me reconciliar com os deuses, subi uma serra andando para conhecer uma capelinha que fica numa altura imensa.


Fomos (eu,Rosângela, Augusto, Pedro - filho deles, e Ian , filho dos donos da Pousada) conhecer,de carro, guiados por Volnei,a Reserva Ecológica do Mucuri, depois fomos ao local onde está sendo construída a nova pousada, em seguida fomos à Cachoeira Paraiso, 18km da cidade, onde tomamos banho, comemos peixe frito e cerveja.Almoçamos no Engenho Verde que serve de pousada e restaurante.

O Engenho Verde foi construído em 1841, por Louis Léger Vauthier (o mesmo engenheiro do Teatro de Santa Isabel, em Recife), a casa-sede do Engenho Verde, com seus arcos em estilo colonial, retrata a história de usineiros e coronéis que ali viveram, além de ilustres personalidades da história, como o poeta e escritor Hermilo Borba Filho, que nasceu e viveu no casarão até os 16 anos. Este rico acervo que foi deixado não está tão preservado como merecia, necessita de atenção na fachada, no ambiente onde circulam animais, hóspedes e visitantes, poderia ser melhor utilizado. Contatos www.engenho_verde.com

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

ESTAR EM BONITO

Adorei todos os momentos em que estive com vocês. Foi muito pouco, para absorver toda essa energia é necessário ir várias vezes, em momentos diferentes, livre de ansiedade para curtir o pôr do sol, o clima, a altitude, a água caindo na pele, as pessoas, o lugar...






Cachoeira Paraíso

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Reserva Ecológica do Mucuri















Ontem fui conhecer a reserva ecolológica do Mucuri, em Bonito, onde se deu o fenômeno do sebastianismo, com Wolney (Pousada Sono Bom), Augusto, Rosangela e os pequenos Yan e Pedro. Veja texto complementar abaixo:

Sebastianismo no Nordeste Brasileiro
Ter, 30 de Março de 2010 15:03

Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco

O sebastianismo é um fenômeno secular, que muitas vezes é visto como uma seita ou elemento de crendice popular. Teve sua origem na segunda metade do século XVI, surgindo da crença na volta de Dom Sebastião, rei de Portugal, que desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, na África, no dia 4 de agosto de 1578, enquanto comandava tropas portuguesas. Como ninguém o viu tombar ou morrer, espalhou-se a lenda de que El-Rei voltaria. Alimentado por lendas e mitos, sobreviveu no imaginário português até o século XVII.

O sebastianismo tem suas raízes na concepção religiosa do messianismo, que acredita na vinda ou no retorno de um enviado divino, o messias; um redentor, com capacidade para mudar a ordem das coisas e trazer paz, justiça e felicidade. É um movimento que traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa, através da ressurreição de um morto ilustre.

Chegou ao Brasil, principalmente ao Nordeste brasileiro, no século XIX. Unindo fanatismo religioso com idéias socialistas, o movimento se redescobriu no sertão nordestino, assumindo características próprias através de símbolos e do imaginário popular.

Alguns viajantes estrangeiros afirmam ter conhecido adeptos do sebastianismo, no Rio de Janeiro (1816) e em Minas Gerais (1817), descrevendo-as como pessoas educadas, cordatas e sem traços de crueldade aparente.

No sertão de Pernambuco, no entanto, o sebastianismo apresentou-se como um movimento político-religioso violento, com líderes fanáticos que ludibriavam a boa fé da população, principalmente dos mais humildes e menos informados, que sofriam bastante com o isolamento e os flagelos da seca.

Dois movimentos sebastianistas trágicos aconteceram em Pernambuco: o da Serra do Rodeador, no município de Bonito, em 1819-1820, e o da Serra Formosa, em São José do Belmonte, no período de 1836 a 1838.

O primeiro, conhecido como A Tragédia do Rodeador, tinha como líder Silvestre José dos Santos, “Mestre Quiou”, que fundou um arraial no local denominado Sítio da Pedra, destruído em 25 de outubro de 1820 pelo governador de Pernambuco Luiz do Rego. Denominado de “massacre de Bonito”, a destruição do arraial pelas forças legais deixou um saldo de 91 mortos e mais de cem feridos. Após o massacre, mais de 200 mulheres e 300 crianças foram aprisionadas e enviadas para o Recife.

O segundo movimento, A Tragédia da Pedra Bonita, ocorreu num lugar denominado Pedra Bonita, localizado na Serra Formosa, no município de São José do Belmonte, sertão de Pernambuco. Um grupo de fanáticos sebastianistas, liderado por João Antônio dos Santos, fundou uma espécie de reino, com leis e costumes próprios e diferentes dos do resto do país. Seu líder era chamado de rei e usava até coroa feita de cipó. Nas suas pregações ele dizia que o rei Dom Sebastião lhe havia aparecido e lhe mostrara um tesouro escondido; e que o rei estaria prestes a retornar e iria transformar todos os seus seguidores em pessoas ricas, jovens, bonitas e saudáveis. O grande número de pessoas pouco esclarecidas que seguiu os fanáticos de Pedra Bonita preocupou o governo, os fazendeiros e a Igreja Católica. Foi enviado o padre Francisco José Correia de Albuquerque para tentar fazer as pessoas voltarem ao seu lugar. O padre conseguiu convencer João Antônio a parar com a pregação, mas este deixou em seu lugar o cunhado João Ferreira, que se tornou o mais fanático e cruel rei da Pedra Bonita. Ele pregava que Dom Sebastião só voltaria se a Pedra Bonita fosse banhada com sangue de pessoas e animais, comandando um grande massacre de pessoas inocentes em maio de 1838. Entre os dias 14 e 18 morreram 87 pessoas. No dia 18 de maio o arraial da Pedra Bonita foi destruído pelas forças comandadas pelo major Manoel Pereira da Silva.

O movimento político-religioso também foi muito forte e com resultados trágicos nos sertões da Bahia, no arraial de Canudos chefiado por Antônio Conselheiro, entre os anos de 1893 e 1897, que culminou com a Guerra de Canudos. Documentos encontrados no arraial indicam que Conselheiro e seus colaboradores acreditavam no retorno de Dom Sebastião, ou, pelos menos, usavam isso para obter apoio dos seus seguidores. No caso de Canudos, o sabastianismo pregava a volta de Dom Sabastião para restabelecer a monarquia e derrubar a República. Em 1897, o arraial de Canudos foi destruído por tropas do Exército.

O sentido místico-religioso do sebastianismo também contribuiu para o aparecimento de manifestações folclóricas no Brasil. Há registros de lendas sobre o retorno de Dom Sebastião, como as do Touro Encantado e a do Rei Sebastião.



FONTES CONSULTADAS:

CARVALHO, Ernando Alves de. Pedra do Reino: a tragédia que virou festa. Recife: Ed. Do Autor, 2003. 155p.

OLIVEIRA, Simone Rosa de. São José do Belmonte, de causo a história, o mito lusitano no imaginário popular do sertão nordestino. Revista Symposium, Recife, ano 9,n.2, p.60-70, jul./dez. 2005.

SEBASTIANISMO. Disponível em: Acesso em: 7 nov. 2006

O SEBASTIANISMO. Disponível em: Acesso em: 7 nov. 2006

VALENTE, Waldemar. Misticismo e região: aspectos do sebastianismo nordestino. 2.ed. rev. e aumentada.. Recife: ASA Pernambuco, 1986.


COMO CITAR ESTE TEXTO:

Fonte: GASPAR, Lúcia. Sebastianismo no Nordeste brasileiro. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: . Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.