sábado, 28 de julho de 2012

O Tempo


(Carlinhos Vergueiro)

O tempo, não é minha amiga,
Aquilo que você pensou,
As festas, as fotos antigas,
As coisas que você guardou,

Os trastes, os móveis, as tranças,
Os vinhos, os velhos cristais,
Lembranças, lembranças demais,

O tempo não para no porto,
Não apita na curva,
não espera ninguém,

Você vem deitar no meu ombro,
Querendo de novo ficar,
Eu olho e até me assombro,
Como pode esse tempo passar,

O tempo é areia que escapa,
Até entre os dedos do amor,
Depois há o vazio, é o nada,
É areia que o vento levou,

O medo correndo nas veias,
Deixou tanta vida prá traz,
E a gente ficou de mãos cheias,
Com as coisas que não valem mais,

E fica um gosto de usado,
Naquilo que nem se provou,
A gente dormiu acordado,
E o tempo depressa passou!

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