quinta-feira, 22 de março de 2012

O poeta, Alexandre de Sá, enviou-me o seu primeiro poema de 2012, que agora socializo para quem interessar:


Poema apressado

De tanto alimentar o meu vício de escrever versos para você
Vejo-me hoje (20 de março de 2012) numa situação de quem não tem muito o que dizer
Irremediável vazio
Será ?
Não
Creio que não
Aliás
Tenho certeza que não
Pois o cio de minhas mãos de poeta
Que vivem a catar palavras em dicionários virtuais ou em alfarrábios reais
Para te dizer exatamente o óbvio
Minhas mãos pálidas
Acordei agora
Mãos de um homem a escavar poemas em relicários de vidas que jamais serão minhas
Mas que me inspiram
E nos moldam nessa civilização feita de sol e de vontade de ser mais feliz
Todos nós
Sobre esse asfalto de minha casa
Pós-carnaval
Sob essa luz de minha sala
O meu olhar em flecha acerta a tua foto na tela do meu note
Por favor
Não note a minha pressa
Como um alvo
Eu te fito
E tudo indica
Que eu ainda estou seguro do que quero
E nunca espero
Pois miro
E transpiro
Conspiro a favor de nós
Sabendo que mais tarde
Vou acelerar os meus passos para rever você
Lançado por um arco de desejos
Eu sei que chego
Eu chego
E chega de ficarmos longe
Hoje (20 de março de 2012)
Depois de um final de semana distante
A saudade já petrificada
Em diamante
Eu
Eu
O teu amante
Ainda encontro tempo
Para poetizar
Mesmo que seja pouco
Ou neve
Coisa rara nessas bandas do nosso país
O meu efêmero tempo
Derrete
Preciso trabalhar
Confete
Já se foi o carnaval
Mesmo que sejam breves as minhas frases
Eu ainda conto as horas
E ruas
Numa Recife que é minha e sua
Não tenho dúvidas
Vou te reencontrar

Alexandre de Sá
(20 de março de 2012).

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