domingo, 31 de julho de 2011

TERRA MULHER
Terra
Terra
Terra Mulher.
Os frutos respondem à chuva
Em solo que espera o grão
Os filhos respondem ao amor
Em solo de emoção
Amar a terra mulher
Achar a beleza escondida
É amar a terra vida
Descobrir a mulher vida

Heliana Barriga (PA)

sábado, 30 de julho de 2011

VERÃOS 

uma andorinha não faz 
(o que nossos netos) verão 

uma andorinha não faz 
(em bando ou solidão) 
nada do que o homem é capaz 

uma andorinha não faz 
da sua liberdade 
prisão para as demais 


Augusto Garuzzi (SP)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
Clarice Lispector

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Da chegada do amor

De Elisa Lucinda


Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.
Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.
Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.
Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.
Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.
Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.
Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.
Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.
Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.
Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.
Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.
Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.
Sem senãos.
Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.
Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.
Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.
Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que sua estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis um amor que amasse.

sábado, 16 de julho de 2011

FESTIVAL DE INVERNO

Não consigo me imaginar congelando debaixo de frio e chuva em busca das badalações do Festival de Inverno em Garanhuns, que segundo os jornais, está abastecida de atividades. Porém, trago notícias frescas...


Olhares sobre Lilith movimenta Sesc Garanhuns

Projeto inspirado na obra de Cida Pedrosa pode ser visitado até o fim de julho

Publicado em 16/07/2011, às 17h45

Do JC Online

O Sesc Garanhuns recebeu, no final da tarde deste sábado (16), a inauguração da videoinstalação Olhares sobre Lilith, que fica em cartaz até o fim de julho e depois segue com o mesmo formato para algumas cidades do Sertão pernambucano, Recife e São Paulo. A sessão de abertura ficou lotada, com a presença de grande parte dos envolvidos no projeto, inclusive a escritora Cida Pedrosa, e de Marcelino Freire, que assinou o prólogo.
Foi montada no Sesc uma sala de exibição dos 26 curtas-metragens que integram o projeto, inspirado no livro de poesias As filhas de Lilith, de Cida. O local vai promover sessões diárias do material audiovisual, das 9h às 21h. O público que for conferir o projeto vai poder interagir com os livros de Cida, que contam com ilustrações da pintora Tereza Costa Rego. Além disso, a autora também se faz presente na sala a partir de um vídeo em que conta suas impressões sobre os vídeos criados em cima de seus poemas.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

JORNADA

O meu amado bateu à porta
Sacudiu-me as entranhas
Levantei a abrir-lhe a porta
E acordei com as mãos no vazio.


O meu amado não esperou
Encontrar-me em seu sonho
Saí à procurá-lo e fui ferida
Das minhas vestes arrancadas.


O meu amado bateu à porta
E despida corri a segui-lo
Eis que invade-me pelas narinas
Perfume de lírios, anais-anais.


Onde esconde-se o meu amado?
Pergunto e não encontro respostas
Desfaleço entre as flores
Banhada de suor e lágrimas.


Léa Malta

domingo, 10 de julho de 2011

Apareça e participe!

Resolvi redimensionar o meu olhar para um ponto mais específico, não sei se vou conseguir, meu olhar é meio vesgo. Começarei a divulgar poemas meus e de outros autores, além de temas afins. Além do pensamento de Clarice, trago hoje, também, uma relação de lugares bacanas para quem quer dizer a sua palavra, trocar figurinhas, conhecer pessoas e... não gosto muito dessas conversas literárias, mas não quero desanimar ninguém.

"É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei para você fixamente por uns instantes. Tais momentos são meu segredo.Eu chamo isto de estado agudo de felicidade" 
Clarice Lispector 

Cadeiras na Calçada
F. 3305.1157
Realizado há cinco anos pela   artista plástica Marisa Reis. Toda sexta-feira no Terraço de Olinda, a partir das 20h. Artistas de diversos segmentos apresentam seus trabalhos e o encerramento fica por conta de uma atração musical.

Quartas literárias
www.cclf.org.br
O projeto criado pela poeta e intérprete Silvana Menezes acaba de completar 11 anos e é realizado na última quarta-feira de cada mês no Centro Cultural Luiz Freire, em Olinda, além de contar com edições itinerantes.

Digaí – F. 9721.5214
Fundado em 2010, por um grupo de universitários do Centro de Artes e Comunicação (UFPE), com o objetivo de abrir espaço para jovens escritores e poetas. O encontro é realizado no hall do CAC, a partir das 17:30, nas sexta-feiras mais próximas do dia 15 de cada mês.

Sarau artístico e literário
F. 3305.1157
Na última sexta-feira do mês, a Biblioteca Pública de Olinda convida escritores pernambucanos para apresentar suas obras ao público, a partir das 20h. Uma atração musical encerra a noite.

Versos e vícios
Projeto itinerante foi idealizado pelo escritor e poeta Eduardo Monga e é realizado no bairro da Várzea, na última quinta-feira do mês, das 19h às 22h. O local é divulgado no blog. A cada edição, seis poetas são convidados para recitar seus
poemas. Depois o microfone fica aberto para o público.

Sarau Plural – F.3424-4431
Realizado na Arte Plural Galeria, no Recife Antigo, o projeto é realizado na última terça-feira do mês, a partir das 19h.Idealizado pelo jornalista e escritor Homero Fonseca, o encontro reúne o poeta Marco Polo e o cantor Geraldo Maia, pesponsável pela trilha sonora.

Sociedade dos Poetas Vivos - 3445.8318
Recitais, aberto ao público. Terceiro domingo do mês, a partir das 15h, no Instituto Histórico de Olinda.  





quinta-feira, 7 de julho de 2011

GASTRONOMIA

Saímos para comemorar o aniversário da minha irmã. Roteiro: Casa dos Frios que abriga em um só lugar, aconchego, qualidade no atendimento, custo/benefício, uma boa carta de vinhos e o melhor bolo de rolo do mundo. Para encher os olhos, além da boca e do estômago, pesquisei notícias sobre esse delicioso lugar, vejam mais abaixo, só precisam atualizar a data para não se perder de vista. Mas hoje, saboreamos um vinho chileno, de nome  Estampa...


Estate Malbec/Petite Syrah- 2009

Estate Malbec/Petite Syrah – 2009

A cor dele é vermelho intenso quase violeta, linda. A combinação harmoniosa dos aromas das frutas pretas frescas da Malbec e os aromas mais intensos da Petite Syrah encanta os iniciados e os iniciantes. Notas de chocolate e baunilha em grande equilíbrio, onde a madeira não se sobrepõe as frutas. Taninos presentes, mas com suavidade. Um vinho aveludado, concentrado e vivaz.


Rotisseria Casa dos Frios vale quanto pesa

Publicado em 08.09.2009

Do Jornal do Commercio
A Casa dos Frios é sinônimo de tudo o que há de bom para comer (e beber), principalmente quando pensamos na tradicional culinária luso-brasileira. Bolo de rolo, Souza Leão, pastéis de Belém? O endereço é aqui. O que nem todos sabem é que a Casa dos Frios é também o local a se ir quando o assunto é a virtuosa cozinha pernambucana que, aliás, tem parentesco bem próximo com a portuguesa.

Há algum tempo, as unidades da Casa dos Frios (Av. Rui Barbosa, nas Graças, e Av. Domingos Ferreira, em Boa Viagem) têm prestado um serviço inestimável àqueles que querem se deliciar sem, necessariamente, ter que passar por todo o trabalho do preparo. Os réchauds contêm as mais diversas especialidades que podem ser levadas pra casa no sistema de vale quanto pesa. 

De confit de pato a sarapatel, o cardápio é tão variado, quanto ilimitado é o receituário da chef Izabel Dias. É a cruza entre a genética portuguesa e a pernambucana que garante o trânsito desta excepcional cozinheira por uma gama tão ampla de opções. O toque pessoal – podem chamar de DNA – está presente tanto no simples cachorro quente à pernambucana (com carne moída) quanto nos pratos de cocção mais lenta, como a rabada ou a buchada.




quarta-feira, 6 de julho de 2011

Cântico dos Cânticos, de Salomão

Capítulo 3

1 Durante as noites, no meu leito, busquei aquele que meu coração
ama; procurei-o, sem o encontrar.
2 Vou levantar-me e percorrer a cidade, as ruas e as praças, em busca
daquele que meu coração ama; procurei-o, sem o encontrar.
3 Os guardas encontraram-me quando faziam sua ronda na cidade.
Vistes acaso aquele que meu coração ama?
4 Mal passara por eles, encontrei aquele que meu coração ama.
Segurei-o, e não o largarei antes que o tenha introduzido na casa de
minha mãe, no quarto daquela que me concebeu.
5 - Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e corças dos
campos, não desperteis nem perturbeis o amor, antes que ele o queira.
6 - Que é aquilo que sobe do deserto como colunas de fumaça, exalando
o perfume de mirra e de incenso, e de todos os aromas dos
mercadores?
7 É a liteira de Salomão, escoltada por sessenta guerreiros, sessenta
valentes de Israel;
8 todos hábeis manejadores de espada, e exercitados no combate; cada
um deles leva a espada ao lado por causa dos terrores noturnos.
9 O rei Salomão mandou fazer para si uma liteira de madeira do Líbano.
10 Suas colunas são feitas de prata, seu encosto de ouro, seu assento
de púrpura. O interior é bordado pelo amor das filhas de Jerusalém.
11 Saí, ó filhas de Sião, contemplai o rei Salomão, ostentando o
diadema recebido de sua mãe no dia de suas núpcias, no dia da alegria
de seu coração.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Poema para Ofélia

Um anjo caído do céu
fez ninho no chão
Trouxe consigo a ventania
devastando a solidão,
rio sem mar,
poeira sem pranto,
maré vazante matinal,
amanhecer em julho,
menina cheiro de mato,
cor de canela, olhar penetrante.


Um anjo caído do céu
nasceu Ofélia, Liah
foi visto pelas janelas
pedra que canta
água limpando o sal
sol amanhecendo brisa
Quem poderia negar
o brilho desse topázio
saltando do peito?
Eu acho que irei para casa,
Em busca de Liah


Ofélia ninfa das águas
Tão frágil, suave e mansa...
enquanto a chuva lava você
dos meus cabelos
Mantenha o olhar no mundo
Permaneça no mundo
E abra seus braços,
Renasça!