quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cecília Meireles : Lua Adversa

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolias
eu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...


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sábado, 24 de julho de 2010



A VOLTA

Era bom sair toda manhã e estar de volta
Eu sabia que estava de volta
Quando circulava por toda aquela demência
O esgoto,
As putas,
Os bêbados,
Até os cachorros e os gatos
Todos pareciam dementes
Os pássaros e os garotos, não
Eram os mais ativos e barulhentos
Eu sabia que estava de volta!
Acompanhava-me a sombra e alegrava-me
Quando chegava, despia-me de tudo
Abria todas as janelas:
O vento entrava e trazia novos ares.

quarta-feira, 21 de julho de 2010



Sonhe com aquilo que você quiser

Clarice Lispector

Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Momentos Felizes//Emanuela de Jesus

Momentos felizes aparecem
E desaparecem como bolhas de sabão flutuantes.
Um dia rimos, dançamos, cantamos...
Fazemos novos amigos e sonhamos
Com um possível amor.
No outro, a realidade nos afoga
Com suas imperfeiçoes,
Suas angústias, suas complicações.
O amor que tão próximo parecia
Volta a ficar distante e omisso.
Os risos cessam,
A música para
E com ela todos que dançavam.
Os amigos retornam as suas casas
E ficamos sós com nossas lembranças.

Da coletânea "Cem Poetas sem Livros", Recife, 2009.

domingo, 18 de julho de 2010

A flor da pele cheira
Qual rosa
não tem espinhos?

*****

Abro a janela
ávida
a vida aparece
coberta de véu

*****

as rosas falam
cheiram
espinham...
as rosas.

sábado, 17 de julho de 2010

Clarice Lispector será homenageada na FLIPORTO que vai acontecer em novembro. Algumas frases dela:
"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo".
Clarice Lispector

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca".
Clarice Lispector

"E se me achar esquisita,
respeite também.
até eu fui obrigada a me respeitar".

Veja mais em www.pensador.info/mude_clarice lispector
O dia está bastante ensolarado, mas até agora não me animou para sair ou fazer qualquer outra coisa que signifique suar, se arrumar, sair. Tenho que preparar meu kit de volta ao trabalho. Já li um dos jornais, passeei pelos sites que frequento, respondi mensagens e agora estou aqui com meu superlivro do sudoku, procurando respostas pelas paredes, às vezes é possível encontrar poesia nas paredes. Costumava pesquisar as paredes do Recife na época em que fazia fanzine, em busca de poemas e até publiquei alguns no "Folha Independente". Todos os originais enviei ao Nilo, por solicitação do próprio, disse que iria publicá-los, fazendo uma nova roupagem, não sei qual o destino que deu, enfim.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Antes do recomeço
a saudade
a coleção da família
desceu ruela abaixo
o passado sofreu desencontro
sapatos cavalo de aço
calças boca sino
cabelos presos com coques em cascata...
a enchente arrastou objetos,
devastou a cidade
a cheia só não levou as lágrimas,
o pranto e a voz firme
deixou pequenas lembranças
e a saudade
Ah, a saudade...

Estive na “Cidade das Flores”, a Suiça brasileira, uma das cidades com o clima mais limpo de Pernambuco. Garanhuns (Guará – lobo e Anun – pássaro), está encravada entre sete colinas, no agreste, com uma altitude média de 800m e uma temperatura média de 20ºC. Possui vários atrativos turísticos (eventos, negócios, etnoturismo, artesanato, folclore, curiosidades, turismo religioso e de aventura). Dentre os eventos realizados anualmente estão: Garanhuns Jazz Festival, Festa Paschalia, Festival de Música e Arte, Festival de Inverno, Moto Fest, Natal dos Sonhos. A sua forte religiosidade está presente nas edificações religiosas, Santuário da Mãe Rainha, Mosteiro de São Bento, conventos de freiras e padres, entre outros, compõem a Rota da Crença, iniciativa da EMPETUR/Secretaria de Turismo do Estado. O artesanato é bastante diversificado, assim como as manifestações culturais, destacando-se a herança africana das seis comunidades quilombolas existentes no município, onde se preserva alguns costumes na culinária, música e danças.
É uma cidade linda, aconchegante e com grande potencial turístico, porém não é tratada com o devido prestígio, há um certo descaso do Governo Municipal com a aparência da cidade e o cuidado com o povo e os equipamentos, como é o caso das praças. São visualmente bonitas, mas estão danificadas, abandonadas, destruídas como é o caso da Praça João Pessoa, localizada no centro da cidade com bancos quebrados, sem iluminação, árvores sem poda, faltando a placa de identificação que, segundo um morador foi derrubada há 17 anos e o prefeito ainda não viu. O acesso aos pontos , turísticos nem sempre são calçados, há muito buraco e lama. Tirando a parte negativa, a cidade tem muito charme, história, cultura e muita ladeira para subir e descer se torcendo de frio buscando usufruir de todas as suas maravilhas.

quinta-feira, 8 de julho de 2010



Estou em Garanhuns de férias, esperando congelar de frio, mas não tem feito tanto frio assim. Estou deixando alumas fotos do que visitei e do que fiz. Não podia faltar o Relógio das Flores, o Parque Van Der Linden, todas as praças, igrejas, santuários, as compras, o chocolate, o gosto do frio e tudo o que se pode fazer quando nada se tem a fazer.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A solidariedade pelas tragédias ocorridas em Alagoas e Pernambuco, mês passado, surge agora através de uma coleção de contos Tempo Bom (Iluminuras), organizada pelos escritores Sidney Rocha e Cristhiano Aguiar, com toda renda voltada aos desabrigados. Composta por 21 autores como Alberto Mussa, Fernando monteiro, Marcelino Freire, Xico Sá, Felipe Arruda, Raimundo Carrero, Marcelo Pereira, enfim, não dá pra citar todos. Vai aí uma casquinha, publicado no JC- Caderno C, de 4/7/10.

EFEITO NÚMERO I
(Felipe Arruda)


Um tanto de areia preta com água mexe e vira argila. vira uma escultura, que é fotografada. A foto é impressa num papel de parede e este é colado num muro bem grande. O muro é marretado e demolido até restarem milhares de pequenos pedaços nos quais ainda se notam em fragmentos o papel de parede com a foto da escultura de argila. Esses milhares de pedaços são amontoados junto a um espelho e formam, por efeito, dois montes idênticos lado a lado. Esses dois montes são filmados em película durante cinco minutos. Essa película é cortada em vários pedaços que são pendurados num extenso varal. 5 minutos pendurados num varal. Esse varal com essas películas é fotografado em preto e branco, à contra-luz, lembra as listras de uma zebra. Essa imagem é impressa num tecido branco, criando uma interessante estampa que vira um biquine. A modelo ganha o biquine do artista que criou a estampa. Ela é fotografada por uma revista de ti-ti-ti usando o biquini de estampa feito a partir da foto das películas que filmaram os montes de entulhos com fragmentos do papel de parede impresso com a foto da escultura de argila. O ex-namorado da modelo está na praia lendo a revista de ti-ti-ti. Ele vê a ex-namorada-modelo na foto com o dito biquini. Ele arranca a página da revista, amassa até virar uma bolinha, cava um buraco na areia preta da praia. Passa uma onda.

Lançamento nacional, sexta (9/7), às 18h na Livraria Cultura. Todos lá.

terça-feira, 6 de julho de 2010


















LUAS

Tem muitas luas em Luana
Lua minguante, nova,
crescente,cheia
Lua saliente
Lua saltitante
Lua quinze anos
Lua, lua sempre

Um dia está de lua
Outro dia, outra lua
Luana todo dia
Todas as noites luará
Lua passageira
Lua sorrateira
Luana crescente
Toda sempre lua.

domingo, 4 de julho de 2010

Repassando artigo escrito por Lygia Falcão, publicado na Folha de Pernambuco (30/06/10), sobre ação política do ex-prefeito JOÃO PAULO, meu candidato a deputado federal PT Pernambuco.

Leia com atenção. Divulgue!!
Luciene Malta

FOLHA DE PERNAMBUCO - 29 junho 2010
ARTIGOS -
Política para cuidar das pessoas
Lygia Falcão *

Para quem exerce ou pretende exercer cargos públicos, a política deveria ser entendida e praticada como a melhor forma de servir. Servir à população, entendendo a política e o exercício do poder como instrumentos para “cuidar das pessoas”. Refletir isto na prática e não apenas em discursos e slogans. E, melhor ainda, fazer da gestão um canal para elevar a consciência política das pessoas ao tratarmos de concretizar direitos de cidadania previstos na constituição brasileira, mas esquecidos no cotidiano.
“Cuidar das pessoas” tem como base o atendimento às demandas dos moradores da cidade, do estado, do país. Acima de tudo traduz o respeito aos outros e ao fato do governante estar em seu posto por uma escolha democrática, com base em plataformas políticas. É ainda o cerne de um posicionamento ideológico em que os recursos materiais devem estar sempre a serviço da solidariedade. Nesse âmbito, o caminho mais seguro é desenvolver e articular práticas associativas, além de reforçar os espaços democráticos de representação e interlocução pública.
Foi nesse sentido e de forma competente, que o ex- prefeito João Paulo conduziu a Prefeitura do Recife por 8 anos. E que tive a honra de contribuir junto com tantas outras pessoas, para essa bela experiência de serviço público. Uma gestão onde tratamos de reforçar o papel dos trabalhadores e dos excluídos em nossa sociedade estratificada e injusta. Criamos políticas públicas voltadas para incentivar, instaurar e aprofundar experiências de participação e integração popular, como o Orçamento Participativo (OP), as conferências e os conselhos municipais.
Nessa experiência na Prefeitura do Recife, tive o prazer de presenciar um modelo de gestão inteiramente inspirado na busca da essência humana, da dignidade e de um socialismo democrático em que o cuidado com as pessoas é um compromisso e uma forma elevada de fazer política. Sem paternalismo ou mera filantropia, mas com respeito, solidariedade e imenso carinho pelo povo sofrido da cidade. Até porque a nossa relação com os mais pobres não foi - nem será - a de quem chega de fora. A começar pelo próprio João Paulo, que vem das camadas populares e conhece bem a dura realidade da maioria da população.
Nesse contexto, encontramos o caminho mais curto para motivar as pessoas - tanto os servidores da prefeitura, os cidadãos, a população atendida pelas ações municipais. Tivemos um prefeito “motivacional”. Não no sentido tecnicista que se aplica aos departamentos de recursos humanos das empresas, mas a partir de um alicerce de crenças políticas, inquietação, princípios éticos e - por que não? - preservação da utopia como um esteio para imaginar um futuro bem melhor do que o presente.
Tínhamos uma cidade animada com seu prefeito e um prefeito motivado para governá-la. Na rua ou em seu gabinete, o prefeito não deixou de ser o cidadão gentil, solidário, corajoso, coerente e comprometido com o “cuidar das pessoas”.

* Assessora política do ex-prefeito João Paulo e ex-secretária de Gestão Estratégica e Comunicação da PCR.
Ontem fui ver o 42º longa de Wood Allen, Tudo Pode Dar certo (Whatever Works, EUA, 2009). Allen apresenta mais uma variação instigante do seu próprio personagem clássico, o homem nova-iorquino cético em relação à completa falta de sentido da vida. Aqui, ele chama-se Boris (Larry David), hipocondríaco, desinteressado pelas pessoas e pela vida, sempre pronto para falar pelos cotovelos sobre tudo e todos, e para quem o lema no amor sempre foi “whatever works” (o que for bom para você). Sua rotina muda quando decide abrigar uma garota (Evan Rachel Wood) que fugiu de casa, no Mississipi, e que irá fazê-lo ver as coisas de maneira diferente.
Em cartaz no Cinema da Fundação, Derby.
O cinema estava quase lotado e pra não ficar no escuro tateando um lugar, resolvi me sentar no chão mesmo, com o filme já iniciado e o personagem tagarelando feito um louco.

sábado, 3 de julho de 2010

O dia hoje está frio, congelando as paredes da casa e do corpo. Convite para degustar um bom vinho, se enroscar no lençol, “um bom lugar para ler um livro”, ouvir música e continuar com essa preguiça gostosa enroscada no quarto. Pelo menos, é assim que estou com vontade de passar o dia. Nem vou tocar na grande derrota da seleção ontem para a Holanda e nem vou engolir o fatídico “alguém teria que sair”como consolo . Para não pensar nisso, estou traçando planos para uma possível viagem, não sei ainda para onde vou-me levar, só não quero ir para Pasárgada porque não sou amiga do rei e não tenho todos os homens que quero. Estarei indo para algum lugar esquecer os entreveros do cotidiano, ouvir histórias, rir, ver estrelas, pessoas e brincar de turista. Que tudo seja totalmente desconhecido para mim e que eu seja desconhecida para o outro. Previsão de hoje para o meu signo: “ a tendência a repetir atitudes do passado, exige que faça uma revisão da sua própria história e que identifique a origem de tais comportamentos para que possa modificá-los. É tempo de conhecer seus temores e de modificá-los.” Do que estou com medo agora?